Depois de um tempo, estou de volta, mas rapidamente pois hoje é minha banca de qualificação na faculdade, deseje-me sorte :D. A vida está melhor agora, porém quero logo 2013!
Resolvi postar minhas crônicas e artigos aqui no blog. Bom, esta é a primeira, espero que gostem. Até mais!
Um homem
não faz falta
Iara
Caldeira
Assistindo
a série ‘Quem é meu pai?’ que passa todos os domingos no Fantástico da rede
Globo, pensei que minha história finalmente poderia ser contada. O quadro mostra relatos emocionantes de
filhos que lutam pelo reconhecimento paterno registrando o impacto que a falta
do nome do pai nos documentos pode causar na vida de uma pessoa.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep), 4,85 milhões de pessoas não possuem o nome do
pai no registro de nascimento, sendo que desse universo, 3,8 milhões de pessoas
têm menos de 18 anos, esses dados referem-se apenas a pessoas matriculadas em
instituições de ensino. Estou nesses números. Ainda não
conheço ‘’meu pai’’. É estranho chamar alguém de pai sendo que você nem o
conhece.
Desde
agosto de 2010, a Justiça tenta várias iniciativas de reconhecimento de
paternidade, que são promovidas por um projeto mais amplo intitulado “Pai
Presente”. Este projeto tem o objetivo de fazer cumprir uma lei em vigor há
mais de 20 anos, mas que vinha sendo ignorada em alguns estados do Brasil: a
lei que determina que todos os cartórios devem mandar para a Justiça todos os
casos de crianças registradas sem o nome do pai.
Quer dizer,
sei que o homem que é meu pai é o fulano, o vi algumas vezes entre exames de
DNA e Fóruns, mas não o CONHEÇO, não sei como foi a vida dele, não sei quem são
meus tios, qual é a minha história na família.
Isso me fez
perceber que não preciso da figura que muitos vangloriam, mas que nunca tive, pois
lá estava eu com um ano, sendo criada em meio aos oito filhos do meu avô
materno. Há 20 anos ter uma filha grávida, sem um genro e ainda numa família
extremamente religiosa era, vamos dizer no mínimo uma vergonha.
Meu avô
antigamente parecia muito com aqueles barões do café, tinha um bigode que
assustava, só faltava a espingarda para completar o visual.
Foi este
homem que junto com minha avó me ensinou os valores que tenho; o homem que
mostrou os caminhos, mas nunca o chamei de pai.
No caminho
que estou construindo a falta do “homem pai”, só fez com que eu me tornasse
mais forte. Claro que contei com a presença de outros grandes homens ao meu
lado. Homens como meu avô que mesmo ‘’carrancudo’’ me acolhe até hoje, longe de
casa, meus tios sempre dando conselhos, meu amor que confia na minha garra.
Grandes homens da minha vida que mostram que um homem não faz falta.